sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Léger

é um sopro de vida dar uma flanada pelos sites de alta-moda(a despeito do flash tornar cada look uma tortura, tanto tempo se perde para ver um modelo e não poder salvá-lo). Que haja sur-mesure Lanvin na época do Ipod, que a maison Chanel brinque com modelos barrocos em resina e a Dior Joaillerie misture pedras e esmalte parece-me um anacronismo mastodôntico inversamente proporcional às ofertas de grande cultura. A porção proud comemora a vinda de Cindy Lauper, Kyllie Minogue e Madonna; os cadernos de cultura debruçam-se sobre a bienal e seu andar vazio; os festivais de cinema tornam aquilo que deveria ser uma sessão descompromissada num calvário de filas, auto-crítica à pipoca e histeria sobre o diretor fulano de tal, ou o medo do filme que você perdeu não entrar em cartaz. Para mim - e não ouso deixar o meu lugar conforável diante da tela para procurar o texto corroborador de Nietzsche sobre o assunto - essa orgia de acontecimentos não passa de uma evidência do quão anódinos são os nossos interesses, antes por inapetência ou ignorância que por teimosia. O pior, e não posso deixar de dizê-lo num blog sobre o Dandismo, é tratar de temas ligeiros como se eles merecessem - e nada merece - o status de seriedade.

Nenhum comentário: